POR ANA MOSQUERA
No último dia 13, aconteceu o primeiro jantar Raízes da Mulher Brasileira, projeto recém saído do forno da chef de cozinha Flávia Spielkamp. Na história-degustação (nas palavras da própria), destinada para cerca de 20 pessoas, foram servidos quatro pratos e uma sobremesa, todos fazendo referência às forças femininas guerreiras responsáveis pela formação da mulher brasileira.
Indígena (1), africana (2), europeia (3) e oriental (4) foram representadas por alimentos e elementos tradicionais de suas culturas, realidades e momentos históricos, culminando juntas na sobremesa representativa da mulher múltipla, que é ao mesmo tempo terra, frutas, flores e sabores (destaque/Marcos Alonso). Cada preparação foi apresentada com muito cuidado, assim como toda a história contada com total respeito a esses entes femininos tão diversos, que ocupam diferentes lugares de fala na sociedade.
A experiência gastronômica, que começou bem brasileira com cachaça de jambu e cajuína, também contou com exibição de fotografias da Sitah (sitah_photoart), que registrou rituais de mulheres indígenas do Xingu, relacionados ao sagrado feminino. Tudo isso à meia luz e ao som de cantos típicos, com todos ao redor da grande mesa repleta de folhas, raízes, pimentas e tudo o mais que pode remeter às origens desse ser multi.
Ao final, a sobremesa foi dividida com as mãos, nutrindo corpos e almas com as frutas tropicais de um jardim feminino floresceu no solo fértil do Brasil, e segue na luta por semear mais vida a cada novo dia.